Chamo-os para vestirem as batas e os casacos de manhã.
Invariavelmente um mantém-se sentado a ver os desenhos animados aguardando
O outro, vai a correr encher as mãos com carrinhos, dinossauros e mais o que se lembrar (e aqui começo a ferver).
Vestir a bata e explicar que não pode sair de casa com mais de dois carros.
Viro-me para ir buscar o casaco dele (e pelo meio chamar mais uma vez o mais velho à atenção) e vai do mais novo de enfiar os carros no bolso da bata e encher as mãos com mais brinquedos.
Ralhete dado, cara-de-quem-é-um-pobre-coitado-que-todos-lhe-devem-mais-a-mãe-que-não-compreende-nada-e-é-má-como-tudo, bolsos esvaziados e mochila às costas, lá acaba por escolher dois carros, com o discurso "quando chegar à escola, os carros ficam na mochila ".
Pois que hoje quando chegou ao colégio conseguiu trocar-me as voltas e entregou logo a mochila à educadora que estava a receber os meninos, sem guardar os dois carrinhos que tinha guardado no bolso da bata, dando logo um a um dos seus coleguinhas.
E aqui eu sou muito intransigente: se há a regra que os meninos não podem levar os brinquedos para o colégio, eu não deixo. E começa a luta: ele a querer ficar com os carros, eu a pedir-lhe o que ele tem e também ao amguinho dele, pelo meio outro a dizer que o H. não lhe dá o carro e as meninas a perguntarem "porquê? porquê? porquê?".
Acabei por trazer os carros no bolso do casaco. Ele ainda fez o seu beicinho de amuado mas assim que lhe dei o beijinho de "até logo!" passou-lhe.
Eu venho com o sentimento que a manhã não podia ter corrido pior (sim, hoje é daqueles dias em que mais valia não ter acordado - tudo sai ao contrário do planeado).
Ah! E enquanto eu lhe explicava que só tem duas mãos e por isso não pode levar mais do que dois carros, ele na maior das calmas pede para eu coser mais um bolso à bata porque o que tem não chega para levar os carros para todos os amigos.
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BJs.